Sem ônibus

Inicia nova greve no transporte público

Em assembleia, rodoviários optaram por parar os trabalhos; Pedida é de reajuste de 8% nos salários

Infocenter -

Após longas semanas de arrastadas negociações, os trabalhadores do transporte coletivo de Pelotas optaram, em assembleia na noite desta quinta-feira (20), pelo início de uma greve geral. Na pauta, a reivindicação pelo dobro do reajuste dado no mês passado. Se o Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP) concedeu a eles os 4% referentes à inflação do ano, os trabalhadores pedem, pelo menos, outros 4% de ganho real. A criação de um plano de saúde também é citada pelos trabalhadores.

O impasse que culminou na greve começou no mês passado quando, no dia 9, a tarifa do ônibus foi reajustada de R$ 3,35 para R$ 3,70. Entre reuniões e trocas de acusações, os trabalhadores culpam os empresários por não repassarem um valor justo, enquanto o contra-argumento é de que, dentro do reajuste na passagem, englobam-se outros fatores, como alta no preço dos combustíveis.

A interrupção nos trabalhos iniciou já à meia-noite. O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Claudiomiro Amaral, diz não ter proposta da patronal. "Eles não sentaram com o trabalhador", reclama. O presidente do CTCP, Enoc Guimarães, rebate citando reuniões nas quais os trabalhadores não se fizeram presentes, como a da última quarta-feira, promovida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

Enoc garante que uma ação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) será ajuizada a qualquer momento alegando a ilegalidade da greve devido ao não comparecimento dos rodoviários em diversas tentativas de negociação. Além disso, acredita que as exigências estão mudando nas últimas semanas, o que demonstra mais uma dificuldade para argumentar. Isso porque os trabalhadores, agora, cobram plano de saúde, algo não presente na primeira pauta, enquanto o valor pedido no reajuste também teria sido diferente inicialmente.

A partir de agora, o ponto dos rodoviários deve ser cortado. Além disso, os pagamentos referentes à dezena trabalhada, que deveriam ser feitos nesta sexta-feira, devem ser adiados. Enoc diz que, com as garagens trancadas, fica impossível efetuar os depósitos aos profissionais.

Questionado se o início de uma greve às vésperas do Natal não colocaria a opinião pública contra os rodoviários, Amaral lamenta o momento, mas diz ser o certo a fazer devido às circunstâncias. "A gente está (negociando) desde novembro. Não havia necessidade de chegar a esse ponto", diz, acrescentando ainda que considera a ausência de ganho real no reajuste um desrespeito com o trabalhador.

E agora?
O secretário municipal de Transporte e Trânsito, Flávio Al Alam, diz lamentar profundamente uma greve às vésperas do Natal, o que vê como falta de sensibilidade. "A prefeitura não é parte de um dissídio", argumenta, mas garante ter feito de tudo para tentar aproximar as partes e evitar uma medida drástica como a greve. Quanto à cota de pelo menos 30% dos ônibus funcionando durante o período, diz que ainda é cedo para comentar, mas, por sua experiência, vê como algo que não costuma funcionar.

Nota da prefeitura anuncia vans a R$ 3,00
(Por Ascom)
A Prefeitura, por meio da Secretaria de Transporte e Trânsito (STT), adota medida emergencial para minimizar os transtornos causados à população pela paralisação do transporte coletivo urbano, decidida em assembleia dos rodoviários na noite desta quinta-feira (20), que se inicia à zero hora desta sexta-feira.

“A STT autoriza o serviço de lotação, em micro-ônibus e vans, enquanto durar a paralisação. A decisão foi tomada em respeito aos cidadãos, que nada tem a ver com as discussões entre as classes”, argumenta o secretário Flávio Al-Alam.
Os interessados em prestar serviços de lotação deverão comparecer à sede da STT, à rua Conde de Porto Alegre, nº 326, nesta sexta-feira, das 7 às 19h, para efetuar o cadastro e receber orientações e autorização. Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone 3227.5402. O valor da passagem será de R$ 3,00.

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